O nosso Botafogo
Botafogo - Put fire.
Amigo Danilo
e demais botafoguenses.
Assim como
vocês, ainda menino, de 8, 9 anos aprendi a gostar do Botafogo na década de
1960, ouvindo as pessoas contar as peripécias de Garrincha, Amarildo, Didi,
Zagalo, Quarentinha, Nilton Santos e outros. Na época nós não tínhamos TV e o
recurso era ouvir pelo rádio que também não tínhamos lá na invernada. Mas um
vizinho nosso de nome Candido Fonseca tinha. Vez em quando lá ia eu e meu pai
ouvir os jogos do Botafogo e também os da seleção Brasileira de 1966.
Foi assim que
comecei a acompanhar o Botafogo e também quando tive minha primeira decepção no
futebol. A seleção da Inglaterra sagrou-se campeã da copa do mundo de 1966,
sobre a Alemanha, com um gol completamente irregular, vez que a bola bateu no
travessão e tocou o solo um meio metro antes da linha do gol, portanto sem
atravessá-la. Copa ganha no apito do salafrário do juiz que não teve coragem de
fazer a marcação correta, pois estava sob, as vistas da rainha.
Em 1978 foi a
mesma coisa, com o gol de mão do falecido Maradona. Uma vergonha. E alguns
ainda tem a cara de pau de dizer que foi a mão de Deus. Uma blasfêmia. Deus,
jamais iria concordar com algo irregular, roubado.
São apenas
dois exemplos dentre vários.
Porém, ainda
na década de 1970, principalmente na segunda metade, me desiludi com o nosso
Botafogo. Naquela época, me lembro, já não ganhávamos de ninguém.
Tínhamos
alguns bons nomes, como Jairzinho, Marinho Chagas, Luizinho que fazia dupla de
meio campo com o Mendonça, o Nilson Dias, bom atacante, só para citar alguns.
Mas a coisa não evoluía. O certo é que íamos mal todo ano no Carioca e no
Campeonato Nacional, à época.
Os dirigentes
da época, pareciam não se importar com os apelos da torcida, ou talvez não
tivessem recursos mesmo. Na minha opinião o principal problema do futebol foi
sempre os dirigentes. Os do Rio então, dominado pelos bicheiros que utilizavam
os times de futebol e as escolas de samba para lavar o dinheiro da
contravenção.
Sempre via os
gols do fantástico e ficava me perguntando. Porque os outros times faziam gols
e ganhavam suas partidas e o Botafogo, nadava, nadava ... e ... morria na
praia. Aquilo foi me aborrecendo.
Já por essa
época, começava a aparecer o Atlético Mineiro – o Galo, com Toninho Cerezo,
Reinaldo, Paulo Isidoro, Alves, Eder Aleixo, Ângelo e outros mais. Bem da verdade,
que ainda não tínhamos muito acesso às notícias de BH e do futebol de lá.
Embora ser mineiro.
No final da
década de 1970, mudei o foco da minha vida. Meu principal objetivo era ser
aprovado no vestibular de engenharia da UFJF. Larguei praticamente tudo,
inclusive de acompanhar futebol. Nem os jogos da seleção de 1978 acompanhei
direito. Enfiei a cara nas apostilas dos cursinhos com vistas às provas do
vestibular. Objetivo alcançado no final de 1980.
Depois disso
acompanhei um pouco mais a seleção brasileira, mas o futebol dos clubes deixei
de lado e só voltei a acompanhar os torneios de futebol, quando em 1986 voltei
para minas e fui morar em BH. Me agradava a torcida do Atlético.
Fui
acompanhando o time timidamente. Com a chegada do meu filho, logo que ele
começou a entender as coisas, começou a tender para o Atlético, hoje nosso Galo
Doido. Foi assim que virei atleticano.
Cabe destacar
que jamais deixei de torcer pelo Botafogo, porém sem o mesmo entusiasmo dos
tempos de menino.
Na verdade,
como fiquei muito tempo sem acompanhar e torcer para time nenhum, desenvolvi um
modo de torcer sem sofrer demais. Não vale à pena.
Futebol hoje
é 100% comercial. Aliás, sobre isso, ouvi de um amigo meu de BH e torcedor do
Cruzeiro, que disse a seguinte frase: “ O Ronaldo não veio ao Cruzeiro para
ganhar títulos, veio para ganhar dinheiro. Muito dinheiro. ” Particularmente
acho que ele está coberto de razão. Penso a mesma coisa em relação ao John
Textor e o Botafogo, além dos demais clubes candidatos a clube empresa.
Este ano de
2023, embora tenha começado o ano vacilante e não ter ido bem no carioca,
parece que agora engrenou. Estamos vendo e vivendo os bons momento do Botafogo.
Que continue assim.
Acho que me
alonguei. Até a próxima.
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