Pois é

By Hélio Rezende

Passados mais de um ano de apreensão, enfim, eis que tudo parece normalizar. Só parece. Mesmo com as doses da vacina, não podemos nos descuidar.

Ainda temos um longo caminho a percorrer. Ainda faltam algumas etapas a serem transpostas. Mas este período de experiências dolorosas nos forneceu muitos ensinamentos, que, queiramos ou não ficará para o resto de nossas vidas.

Um deles, e talvez o mais importante, é que diante de dificuldades como as que se apresentaram em razão da pandemia que grassou mundo a fora, resta claro que somos todos iguais. A doença atingiu, direta ou indiretamente, todos os países, todas as pessoas de todas as raças e credos indistintamente.

Não me venha dizer que em alguns lugares foi mais ou menos brando que outros. Isso não consola ninguém, nem ameniza a dor e o desespero que se instalou a partir do início de 2020, com a terrível cena de corpos empilhados no norte da Itália, conforme mostrado nos noticiários. Nem me venha dizer que este ou aquele pais se saiu melhor que outro na gestão da pandemia. Todos se saíram mal. Basta ler e interpretar os dados e notícias com isenção de ânimus.

Não se pode comparar alhos com bugalhos. É óbvio que não se pode comparar o que foi feito em um pais do porte de um Espirito Santo e com muito mais recurso, com outro do porte do Amazonas e Para, juntos e com muito menos recursos. Quando falo de recursos, eu os antevejo no sentido amplo, científico, financeiro, hospitalar, etc.

Todos, sem exceção, sofreram com a perda de seus entes queridos. Principalmente, considerando a ação de um vírus desconhecido, provocando as mais diversas reações no corpo humano, que ainda hoje, estão em estudos pelas autoridades científicas de todo o mundo, com quanto ainda não se sabe todas as nuances e capacidade de destruição do tal vírus. Haja visto, as inúmeras variantes que estão aparecendo, bem como os efeitos adversos deixados após a cura dos pacientes.

Outros aprendizados são os da esfera social e dos relacionamentos. Estes talvez, até mais duradouro que o próprio vírus, embora alguns cientistas acreditam que é possível que tenhamos que conviver com o mesmo por muitos anos ainda.

As adaptações e ajustes que tivemos de fazer em nossas vidas para que pudéssemos enfrentar, o mais adequadamente possível, as adversidades que se apresentaram durante o período da pandemia. Não podemos esquecer que tais adversidades ainda persistem sob nossas cabeças, como a espada de “Dâmocles”, deixando muitas pessoas em grau altíssimo de estresse.  Embora creia que alguns seguimentos da sociedade e da economia auferiram polpudos lucros com a situação que se apresentou entre nós, a partir de março 2020.

Não seria justo citar quem mais se estressou nesse período, até porque todos, mesmo aqueles que foram obrigados a permanecer em suas casas, em menor ou maior grau, sofreram com o estresse provocado pela tal pandemia. Mas, como exemplo, cito os profissionais de saúde, principalmente aqueles da linha de frente do combate à doença, devem ser os que mais estiveram próximo ao grau máximo de estresse.

Sim. Muitos se foram. Um desastre. Porém, não podemos admitir que todos que foram, se foram por causa da pandemia. O vírus só deu uma ajuda....

Vamos nos levantar e olhar para frente. Temos muito a fazer.

 Até a próxima

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