Entre flores e livros - Saudosos momentos
A caminhada para Angolinha
Hoje. 09 de outubro
de 2021.
Dia lindo de uma
beleza sem par, natural! Porém embaçado e nebuloso. Neblina para todo lado.
Angolinha! Esse lugar!
Embora pouco
frequente na minha memória direta, guarda lembranças, deveras interessantes. Ok?
Acho que estive lá
duas vezes antes.
Mas hoje acertamos de
fazer uma caminhada de Torreões até a Angolinha. Bela caminhada. No trajeto lugares
e visuais exuberantes. Ar puro à vontade, com direito a odores naturais, das
pocilgas, dos galinheiros e dos currais, às margens das estradas.
A saída foi pela
descida em direção ao vinte e nove passando pela região do lava pé, porém,
virando à direita, seguindo em direção à ponte zero um do Rio do Peixe e depois
em direção à Jacutinga. Trajeto serpenteado com subidas e descidas, cheio de
curvas e ladeados de matas preservadas, sítios e belezas naturais, como uma
pequena cacheira próxima ao acesso da Jacutinga para Angolinha, onde pude
fotografar um belo exuberante exemplar de sapucaia.
Local de fazendas,
outrora prósperas, como a do Monte Alegre e da Jacutinga.
Passamos por regiões
que na década de 1970 eram pastagens. Hoje, devido ao abandono e à falta de
limpeza, se transformaram em floresta fechada, recuperada, purificando o ar,
liberando oxigênio. Uma bênção!
A caminhada em si foi
top, sem nenhum imprevisto. Apenas trechos com neblinas e nenhum sol. Digamos.
Fez falta o solzinho, para animar ainda mais as subidas e descidas dos
caminheiros.
Durante a jornada de cerca
de 11, 5 km e de 2h e 45 minutos, veio à memória a jornada dos caminheiros em
romaria, devotos de Nossa Senhora de Aparecida (eu também sou devoto da Senhora
de Aparecida), que saem em romarias de diversos pontos do Brasil e percorrem à
pé vários quilômetros até a cidade de Aparecida do Norte, para participar dos
eventos religiosos em homenagem à Senhora de Aparecida, santa padroeira do
Brasil.
Como os eventos
ocorrem no dia 12 de outubro, os grupos se programam para que o início da
caminhada em romaria, seja de tal forma que permitam chegar a Aparecida antes
do dia 12, normalmente um ou dois dias antes. Ou em tempo para participar das
cerimônias religiosas.
Soube que há grupos de romeiros que saem de Juiz de Fora,
Paraisópolis, Campinas e muitos outros lugares, alguns trechos com atém 100 km
de caminhada. Claro tudo programado, inclusive com carros e pontos de apoio.
Ufa! Fosse mais jovem iria me juntar a um desses grupos,
saindo de Juiz de Fora e fazer a caminhada da fé até a Aparecida. Aliás, parte
do trecho de nossa caminhada, também faz parte do trecho percorrido pelos
romeiros que saem de Juiz de Fora.
Ainda durante a caminhada, quando passávamos pelo trecho
chamado de volta do Rio do Peixe, lembrei-me de que em uma ocasião, durante uma
semana, ajudei o saudoso Chico Januário a transportar grande quantidade de
milho colhido em alto de morro. Local de difícil acesso, cujo transporte para
retirada da colheita, até o paiol, só seria possível em lombo de burro de
carga.
Lembrei me que em um certo dia, possivelmente em 1972, o Sr.
Chico Januário me procurou e perguntou se eu poderia ajudá-lo na empreitada de
retirada de uma colheita de milho de um alto de morro próximo à Volta do Rio do
Peixe. Aceitei a empreitada. Minha função básica era ir à frente levando pelo
cabresto a mula guia e ajudar no carregamento e descarregamento dos balaios. Na
segunda-feira pela manhã lá fomos nós eu, Sr. Chico Januário e as mulas, pelo
mesmo trajeto que fizemos hoje.
A roça de milho, de fato ficava situada no altiplano no topo
de uma montanha. O acesso era feito por uma trilha em transversal, pela encosta
do morro, com os animais em fila indiana, acompanhando a mula guia, puxada por
mim.
Trabalhamos durante uma semana, de modo que na sexta-feira
feira concluímos os trabalhos e retornamos para Torreões. Eu, claro, com um
dinheirinho no bolso, recebido pelo trabalho. Tempos duros e difíceis, mas com
muito aprendizado!
Findo a caminhada, chegamos ao destino programado. Um
lugarejo simples chamado Angolinha, parada final e ponto de encontro dos carros
para nos trazer de volta a Torreões. Apesar da vontade não dava para refazer à
pé a volta.
La chegando lembrei de ter estado lá uma duas vezes com os
times do futebol de Torreões. Perna de pau que sempre fui, jogava no segundo
quadro.
À época o acesso para chegar a Angolinha era pela estrada
que dá acesso à cidade de Rio Preto, passando pelo entroncamento da estrada de
Torreões, e por Monte Verde, até a entrada para Angolinha. Nosso meio de
transporte era o caminhão do Sr. Didinho, que pela manhã transportava o leite produzido
na região da Jacutinga e da Pirapitinga. Durante o restante do dia ficava
parado. Mas naquele domingo de sol topou nos levar até a Angolinha para uma
partida de futebol.
Ocorre que em uma das vezes que lá estive, no retorno
resolvemos participar de uma aventura. Eu explico!
Se não me falha a memória, naquele domingo de sol ganhamos o
jogo e estávamos muito animados. Quando, um pouco antes do entroncamento para a
estrada de Torreões alguém avistou um porquinho à beira do Rio do Peixe e um
outro logo deu a ideia. Vamos pegá-lo! E o resto da turma se animou. Pare o
caminhão!!
Desceu aquela trupe da carroçaria do caminhão e agarrou o
porquinho, que muito assustado deu uns gritinhos. Mas o mesmo assim foi trazido
e embarcado.
Azar do animal, ainda naquela tarde noite, foi abatido e transformado
em tira gosto lá na venda, que era de meu saudoso pai Jair Rezende. E a vitória
do time foi coroada, com tira gosto de leitão e cerveja. Alguns mais atirados como
meu saudoso tio Geraldo Diocordo, ainda mandou várias pingas para dentro. Kkkkk.
Mas vocês acham que a aventura acabou naquela tarde noite de
domingo? Que nada! A coisa rendeu.
Na terça-feira me chega o meu saudoso amigo Lourival, e diz.
O Helio, sabe aquele negócio do leitão que pegamos lá na beira do rio? Deu
problema. O dono do porco nos viu pegando e me disse que só não interviu porque
eu, Lourival, estava no meio da trupe.
Mas ele quer receber o valor. Aí meu pai estava próximo e
ouviu toda a estória disse, quanto toca para cada um? No que ele respondeu
precisamos primeiro ver quem participou.
Ok! Levantamos os participantes da epopeia e rateamos o
valor, reunimos o dinheiro e o meu amigo e saudoso Lourival levou para o dono
do porquinho e a coisa ficou por isso mesmo. Não sei até hoje quem era o dono
do leitão.
Mas hoje, na volta da caminhada para Angolinha, não houve
nenhum imprevisto ou aventura, apenas umas cervejas e uma carninha na chapa lá
na casa do meu amigo Chicão, filho do também meu saudoso amigo Lourival.
Bebi quase nada e não fiquei até o final. Meti o pé e vim
embora. Lá estava muito frio e vim dormir em casa!!! Kkkkk
Até a próxima.
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