Entre flores e livros - Meus amigos e primos irmãos
Meus amigos e primos irmãos
Normalmente nos referimos aos primos irmãos, aqueles primos
que são filhos de pessoas; irmãos de uma família que se casam com irmãos da
outra família. Por exemplo, dois irmãos que se casam com duas irmãs de outra
família. Os filhos destes casamentos serão primos irmãos.
Antigamente, creio, era mais comum tal ocorrência, talvez
por falta de opção. Hoje, talvez, seja mais raro tal ocorrência.
Ou então nos referimos a alguém, não da família, como irmão
por afinidade ou em cristo.
Tenho que admitir, tenho muitos irmãos e irmãs em cristo.
Seja por pura afinidade, por amizade ou até mesmo por proximidade. Na verdade,
são de fato amigos, claro que com graus variados de relacionamento e confiança,
mas, amigos.
Costumo definir amigo como alguém especial que
a gente não escolhe. Ele entra na vida da gente sem ser convidado, se instala
sem pedir licença, mas também sem exigir nada. Mesmo estando longe o amigo é
sempre amigo. É alguém que quando a gente encontra é aquela alegria, é como se
sempre estivesse por perto, e está. Não existe distância que separe os amigos.
No decorrer da minha caminhada pela vida, tive contato com
centenas, talvez milhares de pessoas. Digo isso porque não tenho a menor chance
de quantificar, mas foram muitas pessoas. Algumas por acidente, outras por
incidentes. A maioria, entretanto, devido à minha condição de pessoa social e
interativa com grupos de colégios, universidades, cursos, de trabalho de
profissionais e de vizinhança.
Sempre gostei mais de grupos, sejam amigos de vizinhança,
amigos de pescaria e mais recentemente amigos de caminhada. Este último grupo
tem sido muito gratificante, porquanto reúne grupos de primos e antigos amigos
de Torreões. Aliás, parafraseando Milton Nascimento em sua linda música Canção
da América, “...amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito, dentro
do coração...”.
O certo é que em razão da minha profissão, nos correios,
tenho muitos conhecidos e conhecidas, alguns amigos e amigas espalhados por
este Brasil afora. Mas os mais próximos estão em Minas Gerais, mais
precisamente em Belo Horizonte e Juiz de Fora.
Certa vez li uma matéria de um antropólogo britânico, chamado Robin Dunbar. Em seu estudo, Dunbar e sua
equipe, concluiu que o número máximo de melhores amigos, ou pessoas muito
próximas, que alguém consegue ter é cinco. Daí comecei a pensar e não consegui
ir muito além desse número. Vejam, falo de amigos e pessoas muito próximas.
O estudo não sugere que esses indivíduos são de
fato apenas amigos. Há brechas para que familiares muito próximos, como mães e
pais, sejam incluídos no grupo. No total, o máximo de relações significativas
que uma pessoa consegue formar é de cento e cinquenta. Este é o número que o
pesquisador apresenta.
Em sua teoria, Dunbar assevera que existem mais
camadas de amigos dentro desse total de cento e cinquenta.
Senão vejamos, a primeira camada seria de cinco
pessoas muito próximas, de total confiança e com quem a gente interage com
muita frequência, a segunda contaria com mais dez indivíduos bem próximos, de
confiança e muita interação, e a terceira com trinta e cinco indivíduos com
quem temos alguma interação. Por fim, as demais cem pessoas do círculo de
relações que estariam todas em um mesmo grupo com as quais teríamos relações
esporádicas.
Dunbar ainda prevê algumas variações nos números
dessas camadas e também no total, considerando que pessoas mais extrovertidas
podem formar mais relações significativas enquanto introvertidas podem formar
menos. De qualquer maneira, a quantidade e a proporcionalidade dos grupos
continuam as mesmas.
Confesso que diante desses números realizei vários
ensaios, considerando a minha experiência pessoal e não consegui chegar aos
números citados, nem mesmo considerando os amigos do facebook, e de outras
redes sociais.
De qualquer maneira não posso jamais me queixar. Os
amigos que arranjei durante a minha caminhada pela vida são muitos e muito
importantes para mim. Só tenho a agradecer por tê-los.
Até a próxima.
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