Entre flores e livros - O Voto
Hoje, domingo, 02 de outubro. Acordei disposto. Joguei as
cascas da ilusão para os lados, armei-me do meu título de eleitor e fui à urna.
Exerci o meu direito, dever cívico de votar. Fui lá e depositei o único direito
líquido e certo que tenho – um voto.
Votou em quem? Não importa. Até porque, legalmente o voto é
secreto, embora possa ser revelado, explicitamente como o fazem alguns, ou de
forma velada como o fazem outros. No meu caso, prefiro me manter silente quanto
em quem votei.
O voto, seja em quem for, é uma decisão
pessoal, personalíssima de cada um e reflete o entendimento sincero e
particular, por isso merece respeito. Aliás, ninguém é dono da verdade
absoluta. Minha gente, a verdade não tem dono não!
Exercer o direito de voto sempre foi para mim um pouco
penoso, dada a tarefa difícil que é a escolha entre os muitos candidatos que se
apresentam. Nunca votei em candidatos dos meus gostos, dos meus sonhos, até
porque meus gostos e sonhos nunca foram candidatos a nada. Sempre votei nos
candidatos que estavam disponíveis. Sempre procurei votar no menos pior.
Jamais deixei de votar, ou seja, nunca, desde que me tornei
eleitor deixei de comparecer à urna e lá depositar minhas esperanças, oh! Meu
voto. A não ser em ocasiões em que me encontrava fora do meu domicílio
eleitoral.
Mas voltando aos candidatos. Sempre busquei nomes com algumas
qualidades. Ser honesto sempre foi uma delas. Mas, 100% honesto! Não,
infelizmente não. Ser 100% honesto é ser quase um santo e esse ser não existe
entre os humanos, pelo menos, para mim. Procurar uma pessoa 100% honesta já é
tarefa quase impossível, quanto mais um político 100% honesto, é revolver um
palheiro em busca de uma agulha, jamais encontraremos.
Aliás, nem Diógenes, munido de sua lanterna à luz do dia o
encontrou. Pode ser que exista, embora eu não conheça ninguém 100% honesto.
Quem achar que é 100% honesto que atire a primeira pedra.
Então, minhas escolhas sempre foram no sentido de tentar avaliar
qual o menos pior, ou pelo menos, aquele que a princípio causaria menos
estragos, menos danos ao povo, ao país, ao estado, ao município. Sem se abster,
sem se esconder. É assim que se vota. É assim que sempre votei.
Alguém pode até discordar e achar que estou errado, mas essa
é a forma que encontrei de exercer o direito de votar e estar com a consciência
tranquila. Pelo menos estar ciente de que não contribuí para a ascensão ao
poder de algum indivíduo desonesto, e, com meu voto permitir que o cidadão
eleito faça mau uso do cargo, dilapide o erário, ou apenas utilize o cargo em
proveito próprio. Se depois de eleito o candidato que votei se corromper é
outra estória.
Tarefa difícil né? Mas assim é ou deveria ser a escolha do
eleitor consciente. Se é que esse eleitor existe. Mas o voto é a única arma de
que dispomos. Logo, temos a obrigação de exercê-lo com cuidado e não apenas
para ir à urna e cumprir tabela.
É bem verdade que alguns eleitores não têm condições de
fazer análises de qual o melhor candidato. De pesquisar e de avaliar esse ou aquele
candidato. Tem eleitores que votam em quem lhes oferecem alguma vantagem.
Infelizmente, mas, o que fazer!
Na verdade, o que me preocupa não são esses eleitores com
poucas ou nenhuma informação, mas sim, aqueles que tem instrução e
discernimento suficiente, talvez até mais sólidos do que este eleitor que
escreve estas impressões e não as utilizam, talvez porque serão beneficiados,
ou simplesmente por ideologias ultrapassadas.
Costumo atentar para as falas dos candidatos em campanha. Ouço
falas completamente irresponsáveis, sem qualquer conectividade com a coisa
real. Promessas que não podem e não vão cumprir. Por quê? Simplesmente porque
não possuem poder para tal.
Vejo outros que até parecem bem-intencionados, mas a boa
intenção termina quando eles tomam posse e assinam o termo de posse.
Antes de concluir, esclareço que, na medida do possível, sou
tendente a não reeleger candidatos, principalmente para aquelas eleições proporcionais
– vereadores, deputados e senadores. Porquê? Porque sou contra a reeleição, em
qualquer momento. Inclusive para prefeitos, governadores e presidentes.
Abraços. Agora só na próxima eleição em 2024.
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