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Nas trilhas da invernada - Saudosismo

  Saudosismo Ontem faltou energia em vários pontos de Juiz de Fora, incluindo aqui no bairro. Ficamos sem energia até por volta de 20:30. Em vez de ver televisão eu e meu filho ficamos no sofá conversando. A falta de energia não é nada agradável, principalmente nestes dias de calor intenso em que precisamos do ventilador ligado. Mas me lembro de que certa vez lá no Vale do Ouro, onde tínhamos uma granja, quando lá chegamos numa sexta-feira faltava energia na região. Mas era noite de lua. Logo nosso vizinho se aproximou e ficamos reunidos, tomando um “drink”, conversando e contando causos. Ficamos assim umas quatro horas e nem vimos a hora passar. Aliás, a televisão e o celular tiveram o dom de acabar com a conversa em família, de fazer com que as pessoas não desenvolvam o saudável hábito de ler. Só para citar algumas desvantagens. Mas com a conversa entre eu e meu filho me veio à memória os anos em que vivi na roça, lá no sitio São Manuel das Invernadas, sem luz elétrica, sem...

Entre flores e livros. Primeira metade dos anos 1970.

  O ano de 1970 ficou deveras marcado em minha trajetória de vida. Não que o período tivesse sido uma marca definitiva, mas, talvez tenha sido o ano do click, da virada de chave. Ainda não tinha me dado conta, mas, hoje avaliando os acontecimentos da época posso dizer que de fato 1970 foi o momento em que me dei conta desse marco. Com 15 anos, cursando o ginásio, era assim que era designado, novos horizontes, ainda que tênue começaram a se apresentar. O ano de 1970 em si não trouxe grandes realizações. Ano de copa do mundo e o Brasil seria tricampeão naquele ano. Porém, pela primeira vez saíamos da rotina do campo para uma outra realidade, a do comercio. É que em meados daquele ano, ainda no primeiro semestre, meu pai adquiriu uma venda em Torreões, a venda do Geraldinho Esteves. Um pequeno comércio varejista de secos e molhados, mais secos do que molhados, combinado com boteco. Com a mudança do sítio da invernada para Torreões, posso dizer que essa foi a primeira das dec...

Nas trilhas da invernada - Coisas da minha infância

  Coisas da minha infância Sempre tenho saudades da minha infância, não que ela tenha sido excepcional. Digamos, de pé no chão, porém, na medida do possível saudável. Foi uma infância simples, como qualquer infância de um menino criado na roça, junto à natureza, fazendo coisas simples. Como brincar de pique de correr, de esconder, de pique bandeira, de cavalo de pau, de subir em arvores. De ajudar os pais, reunir as vacas para a tirada de leite pela manhã e montar a pelo nos cavalos. Bola! Só quando ia lá no meu avô, ou quando aparecia uma lá em casa. Coisa que era muito raro e difícil. Não poderia deixar de mencionar o ribeirão que passava aos fundos do sítio, repleto de lambaris. Sempre um convite a uma bela pescaria. Aliás, a região toda tinha fartos ribeirões, onde a gente podia pescar à vontade. Inicialmente a gente usava um alfinete de cabeça dobrado em formato de anzol, barbante torcido e encerado em uma varia de bambu. Minhoquinha como isca e era aquela farra, uma f...

Nas trilhas da invernada - Memorias de 1968

  Memória de 1968 O ano era 1967. Então com 12 anos eu já havia concluído a terceira série e parado com os estudos, por pura falta de turma da próxima série, que na época, era a quarta série. A escola mais próxima era no arraial de Torreões, cerca de 7,5 km da minha casa, que naquele ano formava uma turma da quarta série e se preparava para matricular uma nova turma para o ano seguinte. Eis aí a oportunidade de matrícula para o próximo ano. 1968. Instigado pela minha madrinha Dulce Pinto que também era professora das séries anteriores, meu pai logo comprou a ideia e autorizou a minha matrícula na quarta séria para 1968. Meu tio se animou e também matriculou meu primo Sebastião Rezende. O horário? Na parte da manhã de sete às onze. Meu primo, o Tião do Mervirio, morava um pouco mais longe, no gavião, uns 3 km depois lá de casa. Então, todos os dias à tardinha ele ia lá para minha casa, dormia e logo cedo, tipo cinco e meia, vinte para as seis já de uniforme, cafezinho no bucho...

O nosso Botafogo

 Botafogo - Put fire. Amigo Danilo e demais botafoguenses. Assim como vocês, ainda menino, de 8, 9 anos aprendi a gostar do Botafogo na década de 1960, ouvindo as pessoas contar as peripécias de Garrincha, Amarildo, Didi, Zagalo, Quarentinha, Nilton Santos e outros. Na época nós não tínhamos TV e o recurso era ouvir pelo rádio que também não tínhamos lá na invernada. Mas um vizinho nosso de nome Candido Fonseca tinha. Vez em quando lá ia eu e meu pai ouvir os jogos do Botafogo e também os da seleção Brasileira de 1966. Foi assim que comecei a acompanhar o Botafogo e também quando tive minha primeira decepção no futebol. A seleção da Inglaterra sagrou-se campeã da copa do mundo de 1966, sobre a Alemanha, com um gol completamente irregular, vez que a bola bateu no travessão e tocou o solo um meio metro antes da linha do gol, portanto sem atravessá-la. Copa ganha no apito do salafrário do juiz que não teve coragem de fazer a marcação correta, pois estava sob, as vistas da rainha...

Sudoku a nova mania

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  Sudoku a mania Meu primeiro contato com o Sudoku, também chamado de Quadro Mágico, ocorreu por volta de 2005, quando em viagem de trabalho a Brasília, ao folhear um dos jornais da cidade, se não me engano o Correio Brasiliense, me deparei com um desafio proposto. Daí comecei a dar meus primeiros passos no mundo mágico do Sudoku, tentando preencher e completar os diagramas. De tão interessante que achei o joguinho, comecei a procura-lo nas bancas de jornais. Para minha surpresa não só havia os livretos com os diagramas como havia vários níveis de dificuldades; fácil com seis números, fácil, diagonal, médio, médio plus, difícil e muito difícil. Como sempre gostei de palavras cruzadas, não foi difícil me apaixonar pelo Sudoku. Hoje é raro o dia que não preencho pelo menos um diagrama. Me considero viciado no joguinho dos japoneses como era chamado por mim lá no início. Hoje me considero um viciado no preenchimento do diagrama, minha nova mania. Como meu interesse pelo jogo c...

Nas trilhas da invernada – Rumo à cachoeirinha

  Meu Pai Jair, como todos sabem, era lavrador. Homem simples, honesto, trabalhava de sol a sol, plantando e colhendo os mantimentos necessários ao sustento de sua recém-formada família. Como não possuía terras próprias suficientes para o plantio de roças, meu Pai Jair e meu Tio Mervirio plantavam roças a meia com o Tio Trindade, irmão de meu Avô Alcides, em um local chamado de várzea. Recentemente passei lá em frente. Irreconhecível. Mato fechado. Pelos idos de 1960, não me lembro bem o ao certo, o Tio Trindade ou Tio Mimino, como também era conhecido, veio a falecer. Após a sua morte meu pai ouviu rumores de que os herdeiros não mais iriam permitir que o meu Pai Jair e o Tio Mervirio, plantassem suas roças nas terras da Fazenda Boa Vista, ainda que de meia. O que de fato aconteceu. Digo pelos idos de 1960, porque essa é lembrança que me vem à memória, de quando comecei a ouvir os assuntos relativos ao sítio das Cachoeirinhas e da fazenda das Araras, propriedade o Sr. Candid...